Luto - Um grande empreendedor e líder

Hoje pela manhã o ramo dos seguros perdeu um homem que marcou o ramo securitário. O Dr João Alzani Filho ou JAF como muitos o chamavam.
Tive a honra de trabalhar no RH da empresa dele por duas vezes e apesar de pouco contato com ele o admirava.
JAF sempre se mostrou um homem empreendedor e com uma visão incrível para os negócios. Começou de baixo e construiu um grupo respeitado na sua área de atuação e tudo isso sem perder o seu lado humano.
Quando eu comecei trabalhar na empresa dele eu estava na faculdade e como todo estudante vivia sem grana para nada e uma atitude dele me ajudou e a todos os outros colegas que estudavam.
Um dia ele foi no refeitório e viu uma menina comendo macarrão instantâneo já no finalzinho da tarde e ficou curioso para saber se ela não tinha almoçado no horário certo, até por que já tinha acabado o expediente dela e foi informado que ela não tinha dinheiro para comprar lanche na faculdade e por isso comia o macarrão para não ficar com fome.Ele ficou indignado de ela ter que passar por isso e determinou que a partir daquele dia todos os estudantes teriam um lanche fornecido gratuitamente pela empresa. O lanchinho era um pão de forma com presunto e queijo, um achocolatado e um doce em uma sacolinha marrom muito bonita. Pode parecer bobagem mas para quem estuda faz toda diferença. Esse ato mostrou que mesmo com todo o império que ele construiu não deixou o seu lado humano de lado.
Nas festas ele dançava com os funcionários, tirava foto, gostava de estar próximo as pessoas com a simplicidade de uma pessoa que nasceu no interior. 
Fica aqui meus sentimentos a família, que Deus os fortaleça nessa hora difícil e saibam que o Dr João sempre será lembrado como um exemplo a ser seguido. Descanse em paz.


Mundo virtual


Entrei apressado e com muita fome no restaurante.
Escolhi uma mesa bem afastada do movimento, pois queria aproveitar os poucos
minutos que
dispunha naquele dia atribulado, para comer e consertar alguns bugs de
programação de um sistema que estava desenvolvendo, além de planejar minha
viagem de férias que a tempos não sei o que são.
Pedi um filé de salmão  com alcaparras na manteiga, uma salada e um suco
de laranja, afinal de contas fome é fome, mas regime é regime né?
Abri meu notebook e levei um susto com aquela voz baixinha atrás de mim:
-Tio, dá um trocado?
-Não  tenho, menino.
-Só uma moedinha para comprar um pão.
-Esta bem, compro um  para você.
Para  variar, minha caixa de entrada esta lotada de e-mails.
Fico distraído vendo poesias, as formatações lindas, dando risadas com as
piadas malucas.
Ah! Essa música me leva a Londres e a boas lembranças de tempos idos.
-Tio, pede para colocar margarina e queijo também.
Percebo que o menino  tinha ficado ali.
-Ok. Vou pedir, mas depois me deixe trabalhar, estou  muito ocupado, ta?
Chega a minha refeição e junto com ela meu constrangimento.
Faço o pedido do menino, e o garçom me pergunta se  quero
que mande o garoto ir embora.
Meus resquícios de consciência, me impedem de dizer.
Digo que esta tudo bem..
Deixe-o ficar.
Que traga o pão e, mais uma refeição descente para ele.
Então ele sentou á minha frente e perguntou:
-Tio o que está fazendo?
-Estou lendo uns e-mails.
-O que são e-mails?
-São mensagens eletrônicas mandadas por pessoas via Internet (sabia que ele
não ia entender nada, mas, a  título de livrar-me de maiores questionários
disse):
-É como se fosse uma carta, só que via  Internet.
-Tio você tem Internet?
-Tenho sim, essencial ao mundo de hoje.
-O que é Internet ?
-É um local no computador, onde podemos ver e ouvir
muitas coisas, notícias, músicas, conhecer pessoas, ler, escrever, sonhar,
trabalhar,aprender.
Tem de tudo no mundo virtual.
-E o que é virtual?
Resolvo dar uma explicação simplificada, novamente na certeza que ele pouco
vai entender e vai me liberar para comer minha refeição, sem culpas.
-Virtual é um local que imaginamos, algo que não podemos pegar,tocar.
É lá que criamos um monte de coisas que gostaríamos de fazer.
Criamos nossas fantasias, transformamos o mundo em quase como
queríamos que fosse.
-Legal isso.. Gostei!
-Mocinho, você entendeu que é  virtual?
-Sim, também vivo neste mundo virtual.
-Você tem computador?
-Não, mas meu mundo também é desse jeito... Virtual. Minha mãe fica todo
dia fora, só chega muito tarde, quase não a vejo, eu fico cuidando do meu
irmão pequeno que vive  chorando de fome e eu do água para ele pensar que
é sopa, minha irmã mais velha sai todo dia, diz que vai vender o corpo,
mas não entendo, pois ela sempre volta com o corpo, meu pai está na cadeia
há muito tempo, mas sempre imagino nossa família toda junta em  casa, muita
comida, muitos brinquedos, de natal e eu indo ao colégio para virar medico
um dia.
-Isso é virtual não é  tio?
Fechei meu notebook, não antes que as lágrimas caíssem sobre o
teclado.
Esperei que o menino terminasse de literalmente "devorar" o prato
dele, paguei a conta, e dei o troco para o garoto, que me retribuiu com um
dos mais belos e sinceros sorrisos que já recebi na vida e com um
"Brigado tio você é legal!".
Ali, naquela instante, tive a maior prova do virtualismo insensato em que
vivemos todos os dias, enquanto a realidade cruel rodeia de verdade e
fazemos de conta que não percebemos!
 

Bunda mole é?

Pessoal

recebi o texto abaixo de uma amiga em 2008 e como guardo tudo, guardei esse também e agora vou compartilhar com vocês.

Bunda mole é?
Belinha acordou as seis, arrumou as crianças, levou-as para o colégio voltou para casa a tempo de dar um beijo burocrático em Artur, o marido, e de trocarem cheques, afazeres e reclamações. Fez um supermercado rápido, brigou com a empregada que manchou seu vestido de seda, saiu como sempre apressada, levou uma multa por estar dirigindo com o celular no ouvido e uma advertência por estacionar em lugar proibido, enquanto ia, por um minuto, ao caixa automático tirar dinheiro. No caminho do trabalho batucava ansiedade no volante, num congestionamento monstro, e pensava quando teria tempo de fazer a unha e pintar o cabelo antes que se transformasse numa mulher grisalha. Chegando ao escritório, foi quase atropelada por uma gata escultural que, segundo soube, era a nova contratada da empresa para o cargo que ela, Belinha, fez de tudo para pegar, mas que, apesar do currículo excelente e de seus anos de experiência e dedicação, não conseguiu. Pensou se abdômen definido contaria ponto, mas logo esqueceu a gata, porque no meio de uma reunião ligaram do colégio de Marcinha, sua filha mais nova, dizendo que ela estava com dor de ouvido e febre. Tentou em vão achar o marido e, como não conseguiu, resolveu ela mesma ir ate o colégio, depois do encontro com o novo cliente, que se revelou um chato, neurótico, desconfiado e com quem teria que lidar nos próximos meses. Saiu esbaforida e encontrou seu carro com pneu furado. Pensou em tudo que ainda ia ter que fazer antes de fechar os olhos e sonhar com um mundo melhor. Abandonou a droga do carro avariado, pegou um táxi e as crianças. Quando chegou a casa, descobriu que tinha deixado a porra da pasta com o relatório que precisava ler para o dia seguinte no escritório! Telefonou para o celular do marido com a esperança que ele pudesse pegar os malditos papeis na empresa, mas a bosta continuava fora de área. Conseguiu, depois de vários telefonemas, que um motoboy lhe trouxesse a porra dos documentos. Tomou uma merda de banho, deu a droga do jantar para as crianças, fez a porcaria dos deveres com os dispersos e botou os monstros para dormir.
Artur chegou puto de uma reunião em São Paulo, reclamando de tudo.
Jantaram em silêncio.
Na cama ela leu metade do relatório e começou a cabecear de sono.
Artur a acordou com excitação, a fim de jogo. Como aqueles movimentos estavam cada vez mais raros no casamento deles, ela resolveu fazer um ultimo esforço de reportagem e transar. Deram uma meio rápida, meio mais ou menos, e, quando estava quase pegando no sono de novo, sentiu uma apalpadinha no seu traseiro com o seguinte comentário:
Ta ficando com a bundinha mole, Belinha (...) deixa de preguiça e começa a se cuidar...
Belinha olhou para o abajur de metal e se imaginou martelando a cabeça de Artur ate ver seus miolos espalhados pelo travesseiro! Depois se viu pulando sobre o tórax dele ate quebrar todas as costelas! Com um alicate de unha arrancou um a um todos os seus dentes depois lhe deu um chute tão brutal no saco, que voou espermatozoide para todos os lados!
Em seguida usou a técnica que aprendeu num livro de auto-ajuda: como controlar as emoções negativas. Respirou três vezes profundamente, imaginou a cor azul, e ponderou, não ia valer a pena, não estamos nos EUA, não conseguiria uma advogada feminista caríssima que fizesse sua defesa alegando que assassinou o marido cego de tensão pré-menstrual...
Resolveu agir com sabedoria.
No dia seguinte, não levou as crianças ao colégio, não fez um supermercado rápido, nem brigou com a empregada. Foi para uma academia e malhou duas horas. De lá foi para o cabeleireiro pintar os cabelos de acaju e as unhas de vermelho. Ligou para o cliente novo insuportável e disse tudo que achava dele, da mulher dele e do projeto dele. E aguardou os resultados da sua péssima conduta, fazendo uma massagem estética que jura eliminar, em dez sessões, a gordura localizada.
Enquanto se hospedava num spa, ouviu o marido desesperado tentar localiza-la pelo celular e descobrir por que ela havia sumido pacientemente não atendeu. E, como vingança e um prato que se come frio, mandou um recado lacônico para a caixa postal dele.
A bunda ainda esta mole. Só volto quando estiver dura.
Um beijo da preguiçosa...

Extraído do livro: Este sexo e feminino – de Patrícia Travassos.
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