Dinâmica: Minha Característica Maior


OBJETIVOS: Favorecer a comunicação verbal, criar um clima de empatia e estimular o processo de conhecimento do outro.

MATERIAL: Papel e lápis.

PROCESSO: O facilitador explica que “todos nós temos características são mais marcantes e visíveis aos outros”. 
Distribuir papel e lápis, onde cada pessoa, escreverá uma frase que resume aquilo que ela é e o que faz de melhor.
Exemplo:
(José) “ Sou um batalhador incansável pela justiça.”
(Roberta) “ Sou sensível à miséria e não me canso de ajudar os pobres.”
Fixar os papéis no peito, e todos, ao som de uma música (suave) passeiam pela sala, lendo as frases dos demais.
Solicitar que formem pares ou tríades com as pessoas cujas frases lhes chamaram a atenção.
Retornar após (mais ou menos) quinze minutos para o grupo maior, onde os membros de cada dupla (ou tríade) apresentam um ao outro, salientando os aspectos positivos do encontro

Dinâmica: Solução Criadora De Um Problema


OBJETIVOS: Observar atitudes grupais na solução de um problema e explorar influências interpessoais na solução dos mesmos.

MATERIAL: Papel, lápis ou caneta. 

PROCESSO: O animador esclarece que se trata da solução criadora de um problema, para o qual deve ser procurado um consenso. Todos deverão prestar atenção acerca do processo da discussão, pois no final será analisado pelo grupo.
A seguir, o animador expõe o problema a ser solucionado pelos grupos, durante dez minutos: “Anos atrás, um mercador londrino teve o azar de ficar devendo uma grande soma de dinheiro a outra pessoa, que lhe fez um empréstimo. Este se encantou pela jovem e linda filha do mercador. Propôs-lhe então um acordo. Disse que cancelaria a dívida do mercador, se pudesse desposar-lhe a filha. Tanto o mercador quanto sua filha ficaram apavorados. Aí a pessoa que havia emprestado o dinheiro propôs que se deixasse a solução do caso à Providência. Para tal, sugeriu colocarem um seixo preto e outro branco dentro de uma bolsa de dinheiro vazia, e a moça deveria então retirar um dos seixos. Se retirasse o seixo preto tornar-se-ia sua esposa e a dívida de seu pai seria perdoada. Se retirasse o seixo branco, permaneceria como pai e mesmo assim a dívida seria perdoada. Mas, recusando-se a retirar o seixo, o pai seria atirado na prisão e ela morreria de fome. O mercador concordou, embora constrangido. Eles estavam num caminho cheio de seixos, no jardim do mercador. O credor abaixou-se para apanhar os dois seixos e ao fazê-lo apanhou dois pretos e colocou-os na bolsa do dinheiro, que foi visto pela moça. Pediu então à moça que retirasse o seixo que indicaria não só a sua sorte, como também a de seu pai.” Cabe então ao grupo encontrar a solução que a moça encontrou para poder continuar em companhia de seu pai e Ter a dívida perdoada.
Solução: A moça do conto meteu a mão na bolsa e retirou um seixo. Porém, antes de olhá-lo, desajeitada, deixou-o cair no caminho onde ele logo se perdeu no meio dos outros.
Após dez minutos, o animador pede aos grupos a solução encontrada e solicita que expliquem o processo usado para chegar a conclusão.
Enquanto todos não tiverem encontrado a solução, pode-se continuar o trabalho, ficando os grupos, que terminarem como observadores, sem interferir nos debates.
A seguir, forma-se o plenário para comentários acerca do comportamento dos membros do grupo de discussão, focalizando as atitudes de:
a) membros que pouco participaram;
b) pessoas que dificilmente aceitaram as idéias dos outros;
c) elementos que ficaram nervosos, inseguros durante o debate;
demonstração de inibição, etc.

O Difícil Facilitário do Verbo Ouvir


(Artur da Távola)

Um dos maiores problemas de comunicação, tanto a de massas como a interpessoal,
é o de como o receptor, ou seja, o outro, ouve o que o emissor, ou seja, a pessoa,
falou.
Numa mesma cena de telenovela, notícia de telejornal ou num simples papo ou
discussão, observo que a mesma frase permite diferentes níveis de entendimento.
Na conversação dá-se o mesmo. Raras, raríssimas, são as pessoas que procuram
ouvir exatamente o que a outra está dizendo.
Diante desse quadro venho desenvolvendo uma série de observações, e como ando
bastante entusiasmado com a formulação delas, divido-as com o competente leitorado
que, por certo, me ajudará passando-me as pesquisas que tenha a respeito.

Observe que:
1) Em geral o receptor não ouve o que o outro fala: ele ouve o que o outro não está
dizendo.
2) O receptor não ouve o que o outro fala: ele ouve o que quer ouvir.
3) O receptor não ouve o que o outro fala. Ele ouve o que já escutara antes e coloca o
que o outro está falando naquilo que se acostumou a ouvir.
4) O receptor não ouve o que o outro fala. Ele ouve o que imagina que o outro ia falar.
5) Numa discussão, em geral, os discutidores não ouvem o que o outro está falando.
Eles ouvem quase que só o que estão pensando para dizer em seguida.
6) O receptor não ouve o que o outro fala. Ele ouve o que gostaria ou de ouvir ou que
o outro dissesse.
7) A pessoa não ouve o que a outra fala. Ela ouve o que está sentindo.
8) A pessoa não ouve o que a outra fala. Ela ouve o que já pensava a respeito daquilo
que a outra está falando.
9) A pessoa não ouve o que a outra está falando. Ela retira da fala da outra apenas as
partes que tenham a ver com ela e a emocionem, agradem ou molestem.
10) A pessoa não ouve o que a outra está falando. Ouve o que confirme ou rejeite o
seu próprio pensamento. Vale dizer, ela transforma o que a outra está falando em
objeto de concordância ou discordância.
11) A pessoa não ouve o que a outra está falando: ouve o que possa se adaptar ao
impulso de amor, raiva ou ódio que já sentia pela outra.
12) A pessoa não ouve o que a outra fala. Ouve da fala dela apenas aqueles pontos
que possam fazer sentido para as idéias e pontos de vista que no momento a estejam
influenciando ou tocando mais diretamente.
Esses doze pontos mostram como é raro e difícil conversar. Como é raro e difícil se
comunicar! O que há, em geral, são monólogos simultâneos trocados à guisa de
conversa, ou são monólogos paralelos, à guisa de diálogo. O próprio diálogo pode
haver sem que, necessariamente, haja comunicação. Pode haver até um
conhecimento a dois sem que necessariamente haja comunicação. Esta só se dá
quando ambos os pólos ouvem-se, não, é claro, no sentido material de "escutar", mas
no sentido de procurar compreender em sua extensão e profundidade o que o outro
está dizendo.
Ouvir, portanto, é muito raro. É necessário limpar a mente de todos os ruídos e
interferências do próprio pensamento durante a fala alheia.
Ouvir implica uma entrega ao outro, uma diluição nele. Daí a dificuldade de as
pessoas inteligentes efetivamente ouvirem. A sua inteligência em funcionamento
permanente, o seu hábito de pensar, avaliar, julgar e analisar tudo interferem como um
ruído na plena recepção daquilo que o outro está falando.
Não é só a inteligência a atrapalhar a plena audiência. Outros elementos perturbam o
ato de ouvir. Um deles é o mecanismo de defesa. Há pessoas que se defendem de
ouvir o que as outras estão dizendo, por verdadeiro pavor inconsciente de se
perderem a si mesmas. Elas precisam “não ouvir” porque “não ouvindo” livram-se da
retificação dos próprios pontos de vista, da aceitação de realidades diferentes das
próprias, de verdades idem, e assim por diante. Livram-se do novo, que é saúde, mas
as apavora. Não é, pois, um sólido mecanismo de defesa.
Ouvir é um grande desafio. Desafio de abertura interior; de impulso na direção do
próximo, de comunhão com ele, de aceitação dele como é e como pensa. Ouvir é
proeza, ouvir é raridade. Ouvir é ato de sabedoria.
Depois que a pessoa aprende a ouvir ela passa a fazer descobertas incríveis
escondidas ou patentes em tudo aquilo que os outros estão dizendo a propósito de
falar.

www.fraterbrasil.org.br/O%20Dificil%20Verbo%20Ouvir.htm – Acesso em 7/4/2008.

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